Não há nenhum mistério na portabilidade do financiamento do imóvel. Na verdade, é apenas a migração de um banco para o outro com taxas mais atraentes. Assim, quando uma instituição financeira com juros menores assume o financiamento, é possível reduzir o total pago ao banco.
Se a migração da dívida já era interessante no início da queda da taxa Selic, em tempos de economia instável por causa da pandemia do novo coronavírus a ideia da portabilidade do financiamento imobiliário fica ainda mais atraente. Principalmente quando analisamos a taxa Selic atual, que acaba a chegar, pela oitava vez consecutiva, a sua mínima histórica: 2,25% a.a.
Isso, justamente por causa da pandemia, que tornou o cenário incerto, com alto risco de inadimplência. Por isso, a figura do corretor é muito importante para guiar estrategicamente o cliente para o banco certo. Uma redução pequena no valor da mensalidade pode não parecer grande coisa a princípio, mas faz diferença.
“Um empréstimo de R$ 300 mil a 10% ao ano por 30 anos, pode significar uma economia de R$ 200 na parcela mensal com redução de apenas 1% ao mês, totalizando uma economia final de R$ 40 mil.”
“Já um contrato de financiamento de R$ 500 mil a 9,5% a.a., a portabilidade do financiamento do imóvel pode render uma economia final de R$ 140 mil, com a taxa reduzida para 7,5% ao ano.”
Como saber quando a portabilidade vale a pena?
É importante conhecer as taxas praticadas pelas instituições financeiras para ter poder negociação com o banco de origem do financiamento. De acordo com o BC, em 2019, a chamada renegociação de mercado somou nada menos que R$ 9,94 bilhões.
O relatório da instituição mostra que mais de 30 mil contratos foram renegociados diretamente com o banco que já era o financiador, sem o envolvimento de outra empresa de crédito. No entanto, o próprio Banco Central mostra que há muitas possibilidades de portabilidade no mercado.
O estudo Portabilidade de crédito imobiliário” no Relatório de Economia Bancária (REB) do BC mostra que há 570 mil operações contratadas antes de 2019 com taxas acima de 10% a.a.
No total, são R$ 102,8 bilhões em operações adimplentes e que podem ser beneficiadas pela portabilidade do financiamento do imóvel. Segundo o BC, hoje a média das novas taxas portadas está em 7,7% a.a., significando uma redução de pelo menos 2,99 pontos percentuais em relação às taxas originais contratadas.
O estudo mostra ainda que 79% dos contratos portados são créditos imobiliários gerados entre o segundo semestre de 2015 e o primeiro semestre de 2017 – período em que o mercado apresentou as maiores taxas no passado recente.